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Por que você pode (e deve) dizer NÃO ao uso da imagem da sua criança na escola

  • Foto do escritor: Fafá Conta
    Fafá Conta
  • 19 de jun.
  • 3 min de leitura

Lembra quando a gente dizia pra não postar foto de criança de uniforme? Pois é… agora tem foto delas nas redes sociais da escola.

Por anos, a gente ouviu os alertas:

“Cuidado com a exposição das crianças na internet!”“Não publique foto com uniforme, por questão de segurança!”“Proteja a privacidade dos seus filhos!”

E, de repente… quem começou a postar foi a própria escola.

Fotos de eventos, passeios, festas, aniversários, atividades na sala de aula… tudo com as crianças em destaque. Nome da escola, localização, rostinho das crianças, uniforme, contexto… um prato cheio pra quem quiser capturar essas imagens e fazer o que quiser com elas.


A culpa não é só da escola…

Pra ser justa: não dá pra colocar toda a responsabilidade nas instituições de ensino.Muita dessa exposição começa nas próprias redes das famílias. Pais e mães postam sem filtro, compartilham rotina escolar, publicam vídeos das apresentações, fotos de aniversários coletivos… e tudo isso também alimenta esse ciclo de exposição.

Existe até um termo pra isso: sharenting – a prática de compartilhar excessivamente a vida dos filhos nas redes sociais. (Aliás, logo mais vai ter um post só sobre esse assunto por aqui!)

O problema é coletivo: escolas e famílias estão, muitas vezes sem perceber, ajudando a construir um grande álbum digital público… de crianças que nem têm idade pra entender o que significa ter sua imagem circulando na internet.


O que está em jogo: não é só uma foto

Quando a escola compartilha a imagem do seu filho ou filha, ela está expondo essa criança pra um público que vai muito além dos colegas de sala e familiares. É internet. É aberto. É pra sempre.

E o risco não é só imediato. Uma imagem fora de contexto pode ser:

✅ Baixada e compartilhada por desconhecidos

✅ Usada indevidamente em outros sites, redes ou até por criminosos;

✅ Transformada em meme, piada ou conteúdo viral;

✅ Aproveitada como material publicitário, sem que você tenha autorizado nada disso.

Tem a questão da segurança física, da privacidade, da exposição indevida e – vamos falar a real – da proteção contra possíveis crimes como o abuso sexual infantil.Sim… infelizmente há pessoas mal intencionadas que buscam exatamente esse tipo de conteúdo online.


Não é só sobre agora. É sobre o futuro.

O que parece só um post fofo hoje… pode virar um problema enorme amanhã.A internet tem memória eterna. Uma foto feita pra divulgar uma festa na escola pode, anos depois, reaparecer em lugares e contextos que você nunca imaginou (e nem queria imaginar).

E vamos combinar? Nenhuma criança pediu pra virar conteúdo de marketing institucional.


Você tem o direito de dizer não

O uso da imagem de crianças é protegido por lei. Não é favor. Não é “só uma formalidade”. É um direito.

Está garantido na Constituição, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

👉 E sabe o que mais? Você não é obrigada a autorizar.

Não é frescura, não é exagero. É cuidado.


Como garantir que a escola respeite sua decisão?

👉 Um documento simples, direto e pronto pra você preencher e entregar na escola.

Com ele, você deixa claro que não autoriza o uso da imagem do seu filho em:

  • Redes sociais;

  • Sites institucionais;

  • Folders;

  • Vídeos;

  • Ou qualquer outro material de divulgação escolar.

Assim, você protege sua criança e ainda dá segurança jurídica pra escola, que passa a ter um registro oficial da sua decisão.


Onde conseguir o termo?


E um recado final: você não precisa se justificar.

Se alguém estranhar, se questionarem… respira fundo e lembra: o direito à privacidade da sua criança fala por si.

Se quiser, pode até responder assim:"Prefiro proteger agora do que me arrepender depois."

 
 
 

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